Melancólico final

O jogo entre Fortaleza e América-RN, nessa tarde, no PV, marcou o fim da carreira de Ferdinando Teixeira. O técnico fez história no Nordeste, principalmente nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. Somando somente os títulos estaduais dos dois estados, Ferdinando conquistou 14 taças. Além disso, subiu com o Fortaleza para a primeira divisão em 2002, após 9 anos longe da elite. Somando isso com o tricampeonato cearense de 2001, Ferdinando teria tudo para ser um dos maiores técnicos da história do Fortaleza. Teria.

Isso se não fosse sua última passagem. Contratado no meio do Campeonato Cearense desse ano, o técnico não fez jus à confiança que o torcedor tricolor depositou nele. Vimos um Ferdinando sem demonstrar o porquê da calorosa recepção da torcida no Aeroporto Pinto Martins. Apático. Imagem que ficou ainda mais nítida após a eliminação no Cearense na entrevista pós jogo dada à ''TV Verdes Mares''. Rindo, parecia não estar muito preocupado na eliminação do clube que foi à final do estadual nos últimos 10 anos.

Na Série C, vida nova, certo? O técnico era a grande esperança tricolor. Oitenta dias seriam o suficiente para o mestre organizar um esquadrão para levar o Fortaleza de volta à Série B. Mesmo com os nada convincentes reforços, a esperança era grande, afinal, tínhamos ele no comando.

Ao se retirar do Fortaleza no meio da Série C, competição tiro curto, de 8 jogos, Ferdinando deixa um Fortaleza mal organizado e com duas derrotas. Assume o desconhecido Arthur Bernardes, que recebe o time sem um legado, sem um esquema e no meio de um tiroteio da torcida, imprensa e diretoria.

Ferdinando merecia mais. Ferdinando se merecia mais. Espero que, no fim, não seja a última impressão que fique. A primeira vale mais nesse caso.