Nos dois primeiros jogos das semifinais da Libertadores, tivemos resultados iguais: os mandantes venceram por 1 x 0. Na quarta, o Santos bateu o Cerro Porteño com gol de Edu Dracena. Na quinta, o Peñarol derrotou o Vélez Sarsfield com o gol solitário gol de cabeça de Dario Rodriguez. Resultados iguais, significados diferentes. Entenda por quê.

O 1 x 0 santista foi construido na base do talento e na superioridade alvinegra. A começar pelo gol: ótima jogada de Neymar para o gol de cabeça (brigado eu sei) de Edu Dracena. Pra falar a verdade, o 1 x 0 não mostra o quanto o Santos é melhor que o Cerro. O confronto poderia estar oficialmente liquidado se o Santos aproveitasse melhor suas chances e se Muricy entendesse que não dá pra fazer limonada se você só tem laranjas. O que costuma ocorrer com Muricy é a equipe se adaptar a ele, não o contrário. Muricy, até por vir nas últimas temporadas jogando dessa maneira, aprendeu a jogar com defesa sólida, meio-campo marcador, contra-ataques, bolas aéreas e chutes de longa distância. Estilo de jogo à par da Libertadores, mas contrario ao estilo leve e desestressado do Santos.

Muricy que deveria treinar o Peñarol. Se o time está nas semis da Libertadores, é por conta desse sistema ''libertadoriano'' de jogar, somado com o fator casa, é claro. O time é ruim, sem criatividade e é especialista em ganhar de equipes melhores que ele (até porque tem que ser muito ruim pra ser pior que o Peñarol). Ontem foi assim também. Jogando para fazer com que o Vélez ficasse com a posse da bola, o Peñarol se auto-encurralou na defesa. E não pensem que fez isso para contra atacar de maneira rápida. O Peñarol não tem saída rápida para o ataque. O jeito é apelar pros lançamento (que, pela qualidade dos lançadores, devem ser chamados de chutões) e para a bola parada. O que ocorreu ontem. Gol de cabeça após escanteio e neutralização total do adversário. No resto do jogo, posse de bola quase que total da equipe visitante, que não conseguiu traduzir isso em gols. Resultado: 1 x 0 bem 1 x 0.
Para o jogo da próxima quinta, na Argentina, onde o Vélez é praticamente invencível, o roteiro não deve ser outro. E não se surpreendam se der Peñarol. O Vélez é bem melhor que o rival, mas também não é tão grande time. Mesmo com a volta de seu maestro, Máxi Móralez, o Vélez tem tudo pra cair na arapuca uruguaia. Não ter feito gols fora de casa foi uma tragédia para os argentinos. E a maior das esperanças uruguais.
No jogo do Santos, o Santos é muito favorito. Mas pode cair pelo bom resultado obtido no primeiro jogo. Se tivesse, não que atacar precisando do resultado, mas pelo menos jogar em um jogo comum sem resultado de partida anterior, o Santos poderia mole-mole eliminar o Cerro. Mas a grande dúvida fica por conta de Muricy. Se resolver defender a equipe para tentar somente os contra ataques, o Santos corre riscos pela fragilidade de sua defesa e pelas possíveis bolas vadias que possam entrar no gol santista, já que o Santos não tem time com preparo psicológico para um jogo de Libertadores com resultado adverso.
Como sempre, torço pelo bem do futebol: que dê Santos e Vélez. Mas também não seria maravilhoso para o futebol se um gigante como o Peñarol voltasse a ter seus dias de glória? (Peñarol que é penta-campeão da LIbertadores).
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